sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Leopardo das Neves fala da importância do Monte Kailash para hindus, budistas e tibetanos

Monte Kailash e ilustração do significado hindu do Monte Kailash, retratando a Sagrada Família de Shiva: Shiva, Parvati, Ganesha e Muruga (Kartikeya)

Em suas férias, ao visitar seu habitat, o Leopardo das Neves teve contato com um monge muito sábio que contou a importância para várias religiões do Monte Kailash.

O Monte Kailash é o centro do universo hindu, budista e tibetano e um dos grandes locais de peregrinação mundial. Ao visitá-lo, pelo menos uma vez na vida, todo peregrino procura adquirir grande mérito religioso rastejando os 52 km da kora, o caminho de peregrinação que o circunda. O monte está situado numa região inóspita e remota do Tibete central junto ao lago Manasarovar, outro local sagrado e de peregrinação.

Em sânscrito, Kailash significa “cristal”. A montanha é um destino sagrado para hindus, budistas e tibetanos. Os hindus consideram a montanha o lar do Deus Shiva. O nome tibetano para o monte Kailash é Khang Rinpoche.

De acordo com o hinduísmo, Shiva, o destruidor do mal e da tristeza, reside no cume da lendária montanha Kailash, onde ele está sentado em estado de meditação perpétua, junto com sua esposa, Parvati, a filha do Himalaia. Kubera, o Deus da riqueza, também tem sua morada sobre ou perto da montanha.

O Kailash é considerado em muitas seitas do hinduísmo como o destino final das almas e o centro espiritual do mundo.

Os budistas acreditam que o Tantric Kailash é a casa do Demchok Buda (também conhecido como Demchog ou Chakrasamvara), que representa a felicidade suprema.

Os jainistas, que se referem ao Monte Kailash como Ashtapāda, acreditam que o fundador de sua fé, Rishabhadeva, tenha atingido o Moksha ou Nirvana (libertação espiritual) neste lugar.

A fé Bön, uma religião que antecede o budismo no Tibete, afirma que toda a região mística e os “nove degraus” da montanha Swastika são a sede de todo o poder espiritual.

Segundo o monge, todos os anos, milhares de pessoas fazem uma peregrinação a Kailash, seguindo uma tradição que remonta há milhares de anos. Peregrinos de várias religiões acreditam que circundar o Monte Kailash a pé é um ritual sagrado que vai trazer boa sorte. A peregrinação é feita em sentido horário pelos hindus e budistas. Os seguidores do Jainismo e das religiões Bönpo circundam a montanha em um sentido anti-horário. O caminho ao redor do Monte Kailash é de 52km (= 32 milhas) de extensão.

Ainda segundo o monge, alguns peregrinos acreditam que a caminhada inteira em torno do Kailash deve ser feita em um único dia. Porém, isto não é fácil. Uma pessoa em boa forma e caminhando rapidamente levaria talvez 15 horas para completar o trekking de 52 km. Alguns dos devotos não conseguem completar esta façanha. Ficam um pouco assustados com o terreno irregular, com o “mal da montanha” e as condições adversas enfrentadas no processo.

Uma curiosidade: Ao contrário de outras montanhas, não foram registradas tentativas de escalar o Monte Kailash. É considerado zona proibida para os escaladores, em deferência as crenças budistas e hindus. Embora seja o pico mais significativo no mundo, não se viu qualquer tentativa de escalada conhecida.

De acordo com todas as religiões que veneram a montanha, meter ou por o pé em seus declives é um pecado terrível. Dizem que muitas pessoas que se aventuraram a desafiar esse tabu morreram no processo...


Informações /texto:

Fotos e imagens: internet / reprodução

2 comentários:

  1. Leo espero que na próxima vez que você voltar ao seu habitat,por favor me leve com você. Sempre tive vontade de conhecer o monte sagrado,e também participar dessa peregrinação junto com nossos amigos Hindus,Tibetanos,Budistas e Jainistas.
    Beijos com muita fé Gina B

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  2. Querida Gina B., será um prazer tê-la no nosso grupo de felinos na próxima viagem. Mas aviso logo: a maratona não é fácil. Faça bastante exercícios, corra muito na esteira e na bibicleta. A parada é duríssima! Fazer 52 km em um dia, num lugar inóspito, não é para qualquer um não! Bjos e escreva sempre!

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